Vacinar crianças contra o HPV, especialmente a partir dos 9 anos, é uma estratégia embasada em sólidas evidências científicas para prevenir diversos tipos de câncer associados a esse vírus, como o câncer do colo do útero. Estudos mostram que a resposta imunológica às vacinas anti-HPV é significativamente mais eficaz nessa faixa etária entre 9 e 14 anos, produzindo anticorpos em quantidade muito superior à observada em adultos, o que aumenta a proteção a longo prazo. No Brasil, o Sistema Único de Saúde oferece gratuitamente a vacina para meninas e meninos nessa faixa etária, reforçando a importância da imunização precoce para evitar a infecção antes do início da vida sexual.
Além do câncer do colo do útero, o HPV também está associado a tumores em outras regiões, como pênis, ânus, boca e orofaringe. A vacina quadrivalente, disponível no programa nacional de imunização, protege contra os tipos de HPV que causam cerca de 70% dos casos de câncer cervical e contra os que provocam verrugas genitais, ampliando significativamente o impacto na saúde pública. Importante destacar que não há evidência científica que relacione a vacina a efeitos colaterais graves ou a doenças autoimunes, reforçando sua segurança.
A vacinação cria uma imunidade coletiva importante, reduzindo a circulação do vírus na população e protegendo tanto indivíduos vacinados quanto não vacinados. Por isso, incluir meninos na vacinação é fundamental, pois eles são vetores que propagam o vírus para parceiras sexuais, além de também se beneficiarem da proteção contra tumores associados ao HPV. Outra questão é que a vacina não substitui o rastreamento com o exame preventivo Papanicolau, que continua vital para a detecção precoce de lesões precursoras de câncer, principalmente após o início da vida sexual.
Portanto, a vacinação contra o HPV em crianças a partir dos 9 anos é uma medida eficaz, segura e recomendada pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde brasileiro para reduzir a incidência de câncer relacionados ao HPV. Além de proteger individualmente, a ação contribui para a saúde coletiva, prevenindo milhões de casos no futuro e salvando vidas. Vacinar precocemente, antes do contato com o vírus, maximiza o benefício da imunização, fornecendo segurança e esperança na luta contra esses cânceres preveníveis.?