Ansiedade e depressão são atualmente os principais vilões da saúde pública, impactando negativamente tanto o bem-estar mental quanto o físico das pessoas. Esses transtornos são altamente prevalentes e têm sido associados ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Estudos indicam que pessoas com ansiedade e depressão apresentam níveis elevados de hormônios do estresse, como o cortisol, que causam vasoconstrição, aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, fatores que sobrecarregam o coração.
Além disso, a inflamação crônica desencadeada por esses transtornos mentais pode agravar a aterosclerose, condição na qual se formam placas nas paredes das artérias, dificultando o fluxo sanguíneo e elevando o risco de eventos cardíacos graves. Esses processos biológicos demonstram que a saúde emocional está profundamente ligada à saúde cardiovascular, e negligenciar o tratamento das doenças mentais pode piorar significativamente o prognóstico dos pacientes com problemas cardíacos.
O impacto da ansiedade e depressão não se limita apenas ao risco biológico; essas condições também dificultam a adesão a tratamentos e mudanças no estilo de vida, como abandono da atividade física e dietas inadequadas, o que agrava ainda mais a saúde do coração. Portanto, o manejo integrado que inclui tratamento psicológico, suporte social e programas de promoção da saúde é fundamental para melhorar a qualidade de vida e reduzir morbidade e mortalidade.
Reconhecer a ansiedade e a depressão como fatores de risco cardiovascular abre caminho para estratégias preventivas eficazes que valorizem o cuidado integral do indivíduo. Essas medidas envolvem desde a conscientização da população, ações em saúde mental comunitária, até investimentos em serviços de saúde com enfoque multidisciplinar, garantindo que o tratamento das doenças mentais seja parte essencial da prevenção das doenças do coração e seus desfechos mais severos.