GASES RETIDOS? APRENDA A SE LIVRAR DELES!! Dr. Julio Pereira – Neurocirurgião São Paulo – Neurocirurgião Beneficência Portuguesa.

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Quem nunca sentiu aquele desconforto incômodo causado por gases retidos? A sensação de inchaço, pressão abdominal, cólicas e até dores pontuais pode ser bastante desagradável e, por vezes, constrangedora. Essa é uma queixa extremamente comum, resultado natural do processo digestivo ou de hábitos que levam à ingestão de ar. Felizmente, na maioria dos casos, os gases retidos não indicam um problema grave e podem ser aliviados e prevenidos com algumas estratégias simples e mudanças de hábitos no dia a dia. Entender as causas e conhecer as técnicas certas pode fazer toda a diferença para se sentir mais leve e confortável.

As causas para o acúmulo excessivo de gases são variadas, mas geralmente se dividem em duas categorias principais. A primeira é a aerofagia, que é o ato de engolir ar, muitas vezes sem perceber. Isso acontece ao comer ou beber muito rápido, falar enquanto come, mascar chicletes, fumar ou consumir bebidas gaseificadas. A segunda causa importante é a produção de gases pelas bactérias que vivem naturalmente em nosso intestino, durante a fermentação de certos alimentos que não foram completamente digeridos no intestino delgado. Alimentos ricos em fibras, açúcares e amidos, como feijões, lentilhas, brócolis, repolho, cebola, farelos e alguns adoçantes artificiais, são conhecidos por aumentar essa produção gasosa.

Quando o desconforto já está instalado, existem algumas medidas que podem trazer alívio imediato. Movimentar-se é fundamental: uma caminhada leve pode estimular o trânsito intestinal e ajudar na liberação dos gases. Algumas posições corporais também auxiliam, como deitar-se de costas e trazer os joelhos em direção ao peito, abraçando-os suavemente (conhecida como “posição de liberação dos ventos”). Uma massagem abdominal suave, feita em movimentos circulares no sentido horário, também pode ajudar a mobilizar os gases. Em alguns casos, medicamentos de venda livre que contêm simeticona podem ser úteis, pois ajudam a romper as bolhas de gás, facilitando sua eliminação.

Para prevenir o problema a longo prazo, a atenção à alimentação e aos hábitos é crucial. Comer devagar e mastigar bem os alimentos são passos essenciais para reduzir a aerofagia e facilitar a digestão. Identificar e moderar o consumo de alimentos que pessoalmente causam mais gases (manter um diário alimentar pode ajudar nessa identificação) também é recomendado. Beber bastante água ao longo do dia auxilia na digestão, mas evite ingerir grandes quantidades de líquidos durante as refeições. Além disso, incluir alimentos probióticos na dieta, como iogurtes naturais e kefir, ou considerar suplementos probióticos (com orientação profissional) pode ajudar a equilibrar a flora intestinal e reduzir a produção excessiva de gases.

Por fim, algumas mudanças no estilo de vida complementam as estratégias alimentares. Praticar exercícios físicos regularmente melhora a motilidade intestinal, ajudando na prevenção do acúmulo de gases. Gerenciar o estresse também é importante, pois ele pode afetar negativamente a digestão. Evitar fumar e reduzir o consumo de chicletes e balas duras também contribui. No entanto, é vital procurar um médico se os gases forem persistentes, muito dolorosos, acompanhados de alterações significativas no hábito intestinal (diarreia ou constipação), perda de peso inexplicada, sangue nas fezes ou outros sintomas preocupantes, pois podem indicar condições médicas que necessitam de investigação e tratamento específicos.