No Mês de Conscientização dos Tumores Cerebrais , vale a pena ressaltarmos a importância do tema. Temos os tumores que se originam no tecido cerebral chamados de tumores primários e outros que se originam em outros tecidos e se disseminam para o cérebro, que são as metástases. Nesse último caso, geralmente os pacientes já tem diagnóstico de câncer e estão tratamento. Os tumores que mais dão metástases para o sistema nervoso central (SNC) são: mama, pulmão e melanoma.
Os primários de SNC incluem vários tumores com comportamentos bem distintos – desde tumores com crescimento bem lento (por exemplo gangliogliomas grau I) à extremamente agressivos como os glioblastomas (Grau IV).
Geralmente a investigação sucede o aparecimento de alguma manifestação clínica sendo que qualquer sinal ou sintoma neurológico pode ser consequência de um tumor cerebral a depender da área acometida e consequentemente alteração da sua função. Os principais são: cefaléia, crises convulsivas, náusea, vômito, alteração do nível de consciência, fraqueza de algum membro, dificuldade fala, alteração visual ou equilíbrio.
Para o diagnóstico é fundamental a realização de um exame de imagem (tomografia ou idealmente ressonância nuclear magnética dentre outros) para localização e programação terapêutica.
A abordagem da doença metastática consiste em controle da doença oncológica sistêmica, controle dos sinais e sintomas neurológicos e tratamento das lesões propriamente ditas que pode incluir abordagem cirúrgica, radioterapia e/ou quimioterapia/ terapia alvo ou imunoterapia.
Nos tumores primários geralmente a primeira abordagem é cirúrgica (ressecção ampla, parcial ou biópsia) tanto para diagnóstico quanto terapêutico. Alguns tumores precisam de tratamento adjuvante ou seja, continuidade após cirurgia. Para tratamento adjuvante, utilizamos radioterapia e/ou quimioterapia, terapia alvo ou imunoterapia.
Em TODOS os casos, SEM EXCEÇÃO, necessitamos de uma equipe multidisciplinar. Dentre os profissionais envolvidos incluem neuro-radiologistas, neuro-patologista, neurocirurgião, radioterapeutas e oncologista clínico. Quanto maior a integração entre todos os profissionais desde a suspeita clínica do comprometimento em SNC até o tratamento, melhor é o planejamento terapêutico e consequentemente o resultado para o paciente.
O objetivo maior da equipe multidisciplinar em neuro-oncologia é garantir o melhor tratamento com a menor toxicidade possível.
Dra Camilla Yamada – Oncologista Clinica Hospital Beneficencia Portuguesa de São Paulo, Centro Oncológico Antônio Ermirio de Moraes – ?Hospital Beneficencia Portuguesa de São Paulo.