Carta aberta ao Jovem Médico Arthur Danila (autor no Blog Academia Médica)
Sobre a eleição do Sindicato dos Médicos de São Paulo
Prezado Colega Arthur,
Li sua carta escrita no Academia Médica https://academiamedica.com.br/mudasimesp-2/ e gostaria de trazer alguns comentários e discordâncias. Como não te conheço Arthur posso ter interpretado errado mas acho importante pontuar, já que você escreveu num dos maiores Blogs médicos do Brasil fazendo campanha para a Chapa 2 que você apoia.
O primeiro aspecto é a sua crítica meio que “senso comum” sobre os movimentos associativos médicos: “Passou a ser uma formalidade apenas lembrada a mim no início de cada ano, com o recebimento, por correio, do boleto de pagamento” Esse seu trecho pode ser ouvido em vários fóruns médicos na internet e tem sido um mantra atual no meio médico. As associações, sindicato e conselhos não fazem nada para o médico e só mandam o boleto para o pagamento no fim do mês. Outro mantra é que as pessoas ficam anos no poder sem qualquer renovação.
No primeiro momento é fácil concordar com você mas é curioso perceber que você faz parte desse movimento médico e se orgulha dos títulos que coloca no final do seu texto: “Dr. Arthur H. Danila foi Presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes em 2015 e Presidente da Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo em 2013-2014. Membro das Câmaras Temáticas de Médicos Jovens do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, membro da Câmara Técnica de Psiquiatria e da Comissão de Integração do Médico Jovem do Conselho Federal de Medicina.”
Eu apenas costumo assinar meus textos como Júlio Pereira, neurocirurgião. Para mim as associações fazem parte do ser médico e tenho muito orgulho delas mas não são as atividades de maior destaque da minha carreira. Para mim, parece estranho você escrever apoiando o senso comum de critica às associações e fazer questão de divulgar sua atuação nelas.
Posso ter simplificado ou interpretado equivocadamente seu texto, e isso ser apenas uma critica sua ao SIMESP. Fazer parte de movimentos médicos não deve ser fácil! Nosso papel mesmo quando fazemos oposição dever ser uma crítica construtiva para o crescimento do movimento e não usar o senso comum e atacar movimentos históricos pelo simples apelo de uma eleição.
Na minha vida, já participei de várias disputas. Nunca fui presidente de nada e muito menos encabecei ou fui líder de algum movimento médico … Mas tenho uma lista grande de colegas com quem já debati e disputei apoiando chapas contrárias – continuei tento ótimo contato devido ao respeito mútuo.
Para mim é muito claro que na política as nossas associações são nossas parceiras! Pode parecer que fazem pouco ou quase nada mas são as nossas entidades que nos representam e tem um histórico de luta. Ao criticar ou fazer oposição temos que ter responsabilidade! Ao ler seu texto (Arthur Danila no Academia Medica) e por você ser um jovem medico e sem duvida um líder me trouxe essa reflexão. O que nossa geração de jovens vai propor? Fazer o mantra de que pagamos boleto para associação que não atuam para tentar ganhar uma eleição? Ou perceber o que já foi feito e propor o que precisamos para juntos melhorar nossa atuação?
Abraços de seu colega, também jovem médico, que apoia a chapa 1 (oposta à sua) mas isso é um mero detalhe do momento. Somos jovens médicos!
Julio Pereira – neurocirurgião